Mobilização trabalha lado a lado com as mulheres em prol de um futuro sem violência.
Foi através da Lei nº 11.489/2007 que a data 06 de dezembro tornou-se o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres. O movimento começou em Montreal, no Canadá, quando 14 mulheres foram assassinadas por Marc Lepine, um rapaz de 25 anos que, além de invadir uma sala de aula da Escola Politécnica, ordenou que todos os homens saíssem para atirar nas mulheres. Logo após, suicidou-se e deixou uma carta explicando o ato – não suportava a ideia de ver mulheres estudando engenharia, um curso tradicionalmente masculino – .
Definitivamente, a cada ano, um número crescente de novas iniciativas desta triste realidade é registrado. Por isso, homens, adultos e jovens, precisam demonstrar sua posição contrária ao grave problema da violência contra as mulheres e rever suas práticas e atitudes, buscando alternativas para estabelecer relações mais igualitárias, justas e não-violentas.
Para a coordenadora do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (NUDEM), da Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR), Lívia Brodbeck, a data é muito importante, pois conseguir a igualdade de gênero é algo que precisa de uma mobilização da sociedade como um todo. “Os homens precisam de forma ativa se mobilizar pelo fim da violência. E, só vai ser alcançado se pensarmos em uma consciência de gênero e uma educação em gênero para homens e mulheres”, explica.
“A maioria da violência contra as mulheres é praticada por homens. A opressão das mulheres, na maneira como o machismo está colocado, é feita pelos homens que lucram dos privilégios que o sistema patriarcal de machismo, estabalecem para o sexo masculino. Então, é preciso que os homens tenham conhecimento da maneira como esse sistema gera violência de gênero diariamente contra as mulheres e que possam então, se mobilizar pelo fim da violência contra elas”, acrescenta Lívia.
No entanto, afirma-se que muitos estão se unindo às mulheres (e outros homens) para por um fim às diversas formas de discriminação e violência contra as mulheres – tanto violência doméstica, sexual e reprodutiva, obstétrica, institucionalizada, além, de dificuldades de acesso ao aborto legal e ao acesso à rede de saúde (quando ocorre uma violência sexual), entre outras. – de gênero como um todo.
Segundo Lívia Brodbeck, é pertinente que a mobilização dos homens seja ativa, mas ao mesmo tempo, respeitosa às mulheres: “porque elas precisam ter o protagonismo na luta desses direitos”. Contudo, os homens precisam compreender e ter empatia por elas (quando estão relatando a violência que sofreram), também entender que, por algumas vezes, é preciso que os espaços de discussões e reflexões sejam só de mulheres para que elas se sintam seguras ao relatar as violências e dificuldades.
“É fundamental também, que os homens revejam suas atitudes sim! Dessa maneira com educação em gênero, compreendendo que as atitudes que eles praticam podem configurar violência de gênero, precisam repensar em entender como que esse sistema está estabelecido na sociedade...mas uma mobilização dos homens, respeitosa, é essencial para que a gente possa pensar em uma sociedade mais justa e sem discriminação de gênero”, finaliza.
FONTE: https://www.defensoriapublica.pr.def.br/2020/12/2111/06-de-dezembro-Dia-Nacional-de-Mobilizacao-dos-Homens-pelo-Fim-da-Violencia-contra-as-Mulheres.html
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