Em todo o mundo, mais de 735.000 pessoas são diagnosticadas com linfoma, a cada ano.
Linfoma é o nome de um conjunto de cânceres que atacam o sistema responsável por ajudar a combater infecções, o sistema linfático, composto por órgãos, vasos, tecidos linfáticos e pelos linfonodos, que se distribuem em posições estratégicas do corpo para ajudar na defesa contra infecções. Esse sistema produz e transporta os glóbulos brancos, células que combatem as infecções e participam do sistema imunológico.
O linfoma ocorre quando as células normais do sistema linfático sofrem mutações e passam a se multiplicar sem parar, disseminando-se pelo organismo.
Existem dois tipos de Linfoma: linfoma de Hodgkin (LH) e linfoma não-Hodgkin (LNH).
Ambos apresentam comportamentos, sinais e graus de agressividade diferentes. A principal diferença está nas células doentes: o LH é caracterizado pela presença de células grandes e facilmente identificáveis no linfonodo acometido, conhecidas como células de Reed-Sternberg. Já o LNH não tem um tipo celular característico.
Linfoma de Hodgkin
Ainda não se sabe o motivo para o surgimento do linfoma de Hodgkin, mas se sabe que é uma doença adquirida, e não hereditária. Compreende cerca de 20% dos casos da doença e pode ocorrer em qualquer idade, porém, os jovens de 25 a 30 anos são os que mais recebem esse diagnóstico.
Linfoma não-Hodgkin
O LNH é, na verdade, um grupo complexo de mais de 80 tipos distintos da doença. Após o diagnóstico, é classificado de acordo com o tipo de linfoma e o estágio em que se encontra (extensão). São agrupados de acordo com o tipo de célula linfoide afetada e, para sua classificação, também são considerados o tamanho, a forma e o padrão de apresentação ao microscópio. Essas informações são importantes para selecionar adequadamente a forma de tratamento. Podem surgir em diferentes partes do corpo e representam 80% dos casos de linfoma.
Nos últimos 25 anos, o número de novos casos duplicou, em especial em pessoas acima dos 60 anos de idade, mas ainda não se sabe os reais motivos para o surgimento deste tipo de câncer. O LNH pode atingir linfonodos e órgãos extra nodais (aqueles que ficam fora do sistema linfático), sendo os locais mais frequentes medula óssea, trato gastrointestinal, nasofaringe, pele, fígado, ossos, tireoide, sistema nervoso central (relacionado ao HIV), pulmão e mama.
Sintomas:
Suor noturno; esplenomegalia (aumento do baço); perda de peso sem motivo aparente; febre; coceira na pele; fadiga; aumento de linfonodos (gânglios), em especial na região do pescoço, virilha e axila.
Tratamento:
O tratamento mais usado é a quimioterapia, complementada, em alguns casos, com a radioterapia. Os anticorpos monoclonais — proteínas presentes no sistema de defesa do organismo alteradas em laboratório para atacar células específicas — também podem ser utilizados no tratamento, associados à quimioterapia, principalmente nos casos de linfoma não Hodgkin.
Recomendações:
– evite a exposição prolongada a produtos químicos, em especial a produtos agrícolas;
– pacientes infectados com o vírus HTLV e o vírus HIV correm risco maior de desenvolver linfoma, portanto devem estar mais atentos aos sintomas;
– faça um autoexame frequentemente. Quanto mais você conhecer o próprio corpo, mais depressa identificará possíveis alterações físicas;
– a incidência de linfoma aumenta com a idade; por isso os idosos, principalmente os de ascendência europeia, devem redobrar a atenção;
– procure um médico se notar a presença de uma íngua (gânglio aumentado) no pescoço, axila, virilha, especialmente se ela não for dolorosa, tiver crescimento rápido e você não apresentar nenhum outro sinal de infecção (como febre e mal estar);
– a quimioterapia para linfoma pode afetar a produção de óvulos e espermatozoides. Se você deseja ter filhos, leve esse dado em conta e considere métodos de preservação de sêmen e de óvulos.
Fontes:
Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia – Abrale
Dr. Dráuzio Varella
Lymphoma Coalition
https://bvsms.saude.gov.br/15-9-dia-mundial-de-conscientizacao-sobre-linfomas/
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