Pequenas mudanças podem trazer grandes benefícios para evitar quedas A cada 10 idosos, uma média de três sofrem uma queda por ano, segundo a terapeuta ocupacional Mariela Besse, presidente do departamento de Gerontologia da SBGG-SP (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São Paulo). E nada menos que 70% dessas quedas acontecem dentro de casa.
“Como o idoso conhece bem o ambiente, não se cuida. Acorda de madrugada e não acende as luzes para ir ao banheiro, por exemplo. Mas algo pode estar fora do lugar, ele pisa ou tropeça, e a queda acontece”, explica a especialista. Por esse motivo, garantir uma boa iluminação à casa é a primeira atitude a ser tomada. Se possível, com a instalação de sensores de presença, já que assim o idoso nem precisa se preocupar em acender a luz.
Dos ambientes da casa, banheiro e cozinha, por terem o risco de ficarem molhados e escorregadios, são os mais arriscados. Por isso, embora a maioria dos idosos tenha resistência em aceitar adaptações, elas são sempre necessárias. “O que se pretende é melhorar a funcionalidade dele, sempre com respeito ao ambiente no qual ele se sente confortável”, diz a terapeuta ocupacional.
Tendo em vista a preocupação de manter o idoso em segurança, Mariela Besse e Claudia Fló, fisioterapeuta especialista em gerontologia e coordenadora da Área Técnica de Saúde do Idoso da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, listam alguns locais da casa que merecem maior atenção e o que é possível fazer para torná-los mais seguros.
Entrada da casa o idoso precisa ter segurança para entrar e sair de seu domicílio sem ser vítima de assaltos. Para aqueles que moram em casa com saída direto na rua ou com portão, vale a máxima de manter tudo trancado e só abrir realmente para conhecidos. Para os idosos que moram em prédio, ter “olho mágico” na porta é essencial, bem como a trava “pega ladrão”, que impede a abertura total da porta por quem está do lado de fora.
No entanto, para aqueles que moram sozinho, é essencial que um familiar ou um amigo ou vizinho de confiança tenha a chave do apartamento ou da casa – ao menos de uma das portas, caso a residência tenha duas entradas. “Eu recomendo fortemente que o idoso que vive sem companhia faça uso de um serviço de tele-atendimento. Assim, caso ele precise ou sofra uma queda, basta apertar um dispositivo que fará a central da empresa tomar as providências necessárias”, aconselha Claudia. Banheiro É um dos locais considerados mais perigosos pelo risco de escorregões em chão molhado. Há muitos dispositivos simples e que podem ser de grande ajuda.
A primeira providência a ser tomada é colocar uma maçaneta que abra tanto por fora quanto por dentro para, no caso de emergência, alguém entrar no ambiente. “Se a pessoa mora sozinha, não tem necessidade de trancar a porta quando vai ao banheiro. Isso facilita caso haja uma queda e alguém for prestar socorro”, diz Mariela.Além da porta, as barras de apoio no box e ao lado do vaso sanitário são essenciais para que o idoso tenha onde segurar caso não consiga levantar sozinho ou sinta-se mal. “Explico para meus pacientes que as barras são como o seguro de carro. Se não quiser usar, não usa, mas é preciso ter caso aconteça algum acidente”.
Assentos elevados na privada podem ajudar, mas não são funcionais para todos – é preciso avaliar isso antes da instalação. Esqueça os tradicionais bidês – troque-os por chuveirinhos. “Se a água no bidê esquentar de repente e a pessoa não conseguir se levantar rapidamente, o risco de queimadura em região genital é muito grande e não é algo incomum de acontecer”, explica Claudia.
Se possível, um interfone no banheiro também ajuda a chamar por um porteiro ou alguém que possa prestar socorro. No banheiro, assim como na cozinha, é essencial que o piso seja antiderrapante e não haja tapetinhos que possam ser motivo de tropeço. “Apenas no box é recomendado usar o tapete com ventosa ou o piso especial para evitar escorregões”, orienta Claudia. Cozinha Assim como o banheiro, é um dos lugares mais perigosos para quedas. Portanto, atenção ao piso, que deve ser antiderrapante. E, além disso, um fogão com timer e dispositivo para desligar automaticamente pode ser necessário, especialmente nos casos de idosos com sinais de demência.
Demais ambientes Tapetes podem ser itens perigosos na casa – o idoso pode tropeçar ou prender o pé por conta da diferença de altura entre o tapete e o chão, portanto é melhor evitar.
Os móveis, de maneira geral, não podem ser muito baixos, o que inclui sofás, camas e bancos, porque dificultam o sentar-levantar para o idoso. Além disso, todas as escadas precisam de corrimão e sinalização nos degraus (adesivos de segurança são eficientes) para que a pessoa enxergue cada um deles.
Além disso…• Não se esqueça de manter uma lista com todos os medicamentos que o idoso toma, dosagem e frequência, bem como nome do médico responsável e familiares. Deixe a lista em local visível, como porta da geladeira, por exemplo.• Não tire remédios da embalagem.• Não reaproveite frascos de remédio para armazenar outras substâncias, como produtos de limpeza, por exemplo. Sem identificação, alguém pode usá-lo da maneira incorreta e causar danos à saúde.
Fonte: https://www.tena.com.br/sobre-a-incontinencia/cuidadores/como-tornar-a-casa-mais-segura-para-o-idoso?&utmi_p=_sobre-a-incontinencia_cuidadores&utmi_pc=Html&utmi_cp=Not%c3%adcias
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